Muita vez se alegam dificuldades financeiras para poder, de alguma forma, auxiliar o próximo. Mas reparemos que há, sim, muitos recursos que podem servir no trabalho do bem: mãos saudáveis podem ajudar a aliviar as feridas de alguém; olhos e ouvidos podem colaborar vendo e ouvindo um mundo mais rico de detalhes; nas palavras está o instrumento capaz de transformar as sombras dos desentendimentos.
Contudo, ficamos presos à realidade do mundo material, envolvidos por vibrações sempre pesadas vindas dos pensamentos da grande maioria, que não cogita da existência de um mundo espiritual.
Absortos por esse padrão de comportamento na busca da satisfação das necessidades cada vez maiores por bens materiais, limitamos nossa capacidade de ajuda tão somente à doação financeira. Evidentemente, não se despreza a colaboração de quem, dessa forma, se envolve no auxílio aos mais necessitados.
Mas temos tantas outras formas de colaborar, já que, afinal, trabalho inteligente é o privilégio que a vida nos confiou: mãos operosas no atendimento ao enfermo, no acolhimento ao carente e na vibração de amor; ouvidos seletivos evitando a poluição sonora emitida pelos mais agressivos; olhos atentos aos valores mais nobres, mesmo diante de atitudes desagradáveis.
Claro que nenhum de nós, viventes neste mundo de tantas provas e expiações, alcançou o patamar da angelitude, mas a despeito das falhas e imperfeições que carregamos, podemos fazer muito mais.
Sinais de atenção, alertando-nos para os novos tempos que já estão chegados,deveriam ser perceptíveis a todos.
A necessidade de se modificarem as relações nos campos político, econômico e social é visível àqueles que têm olhos para ver.
Mas, a exemplo da caridade, na qual se pensa tão somente como doação financeira, ainda não expandimos convenientemente nossa capacidade de entendimento. Ainda não aspiramos a vibração dos novos ares e não sentimos a presença de novas ondas da energia transformadora para um mundo de regeneração. Insistimos em ser e agir dentro daquilo que, na limitação das três dimensões terrenas, podemos ver. Estamos apegados a viver o aqui e agora e a somente satisfazer as necessidades básicas de sobrevivência.
Porém é chegado o momento para um pouco mais. Estamos sendo convocados a colaborar nesta cruzada para abrir um novo portal, que permita a expansão da consciência na direção do novo mundo.
E você pode!
Mas atenção, não entenda como abertura de um novo portal o aparecimento de certo obstáculo a ser ultrapassado. Entenda que os mundos estão interligados, tudo faz parte do todo. A melhor imagem talvez seja imaginar-se uma cebola com suas várias camadas, uma dentro da outra. Desta forma, poder abrir o portal será acessar outros níveis de consciência, em cada um de nós. O trabalho de entendimento da realidade espiritual implicará na renovação que cada um precisará executar ao percorrer o caminho do autoconhecimento.
Deverá ser trabalho pessoal, intransferível, resgatando a autoestima na direção do autoamor.
Através dos tempos, nas nossas inúmeras existências passadas, perdemos nossa essência em razão de abusos do personalismo.
O autoamor é herança divina, é aquela centelha que jaz adormecida esperando seu momento de pulsar com todo o seu vigor. A autoestima é o trabalho paciente e persistente para resgatar essa força interior. Expandir a consciência para alcançar novas dimensões e abrir novo portal. Tudo isso nada mais é do que executar um trabalho de renovação, algo que insistentemente nos é alertado mas também raramente entendido: Reforma Íntima.
Se conhecemos a mensagem de Jesus - "nenhuma ovelha será perdida" - e nela acreditamos, então há esperança de sermos achados, apesar de tantos ainda estarem perdidos. Sintam-se convocados todos aqueles que já compreenderam o processo de evolução individual e, por decorrência, do planeta. Sintam-se convocados todos aqueles que já compreenderam este trabalho de construção da estrada para o longo caminho de volta à casa do Pai.
E... você pode!