É bastante frequente, ao nos despedirmos de alguém, seja pessoalmente ou através das várias mídias disponíveis, usar a expressão “Fique em paz” ou “Vá em paz”. São manifestações que certamente envolvem o receptor em uma vibração de energia positiva e reconfortadora. E acredito não ser exagero afirmar que nada é mais importante do que o investimento na paz. Porém, quantos desencontros promovemos na tentativa de encontrá-la!
Sempre às voltas com as questões práticas da vida, absorvemos o tempo com muitos detalhes sem relevância para a efetiva felicidade. “Ah!”, alguém poderá argumentar, “a felicidade não é deste mundo”, pois afinal vivemos em um planeta que é escola – como necessidade de aprendizado - e hospital – como necessidade de tratamento.
Então, vamos repensar esse tema.
Parece já ser consenso de que, se cada um só pode dar aquilo que tem, assim também cada planeta habitado deste incrível Universo recebe aqueles que estão em condições em vibrar na mesma intensidade. O que cada habitante emite – pensamentos, sentimentos e emoções – está em determinado padrão, compatível com o pulsar da energia do espaço físico em que ele viva. É razoável poder deduzir que a felicidade, na dimensão própria de cada um, sendo percepção individual e de difícil mensuração, será variável em função do nível de dedicação dispensada.
Detalhando melhor essa ideia:
Cada um, individualmente, tem um mundo dentro de si, cada um é um universo de pensamentos, possibilidades de criação e capacidade de evolução;
Cada um, individualmente, tem seu padrão vibratório, aquele “batimento” que emite, e que permite agir e reagir diante das situações a serem enfrentadas;
Cada um, coletivamente, participa de um mesmo mundo – no nosso caso, neste planeta Terra – que também tem seu padrão de vibração para agir, podendo e até mesmo reagir diante das “agressões” que o atinjam.
Uma pausa para, digamos, reforço conceitual:
Já entendemos que os pensamentos e as palavras podem provocar alterações significativas nas energias dos ambientes e das pessoas;
Quantas vezes você não se sentiu bem, ou mal, ao entrar em determinado local, ou ao relacionar-se com alguém? E aquelas pessoas que, pegando nas mãos determinado objeto, conseguem descrever as características daquele(s) que o tenha(m) possuído antes? Mas, e a felicidade? Será ou não deste mundo?
Enquanto ainda ficarmos presos pelo magnetismo das coisas, que não são mais importantes do que as pessoas;
Enquanto os problemas materiais, que podem representar mais ou menos dinheiro no bolso, não puderem ser adiados;
Enquanto não sentirmos a necessidade de sacrificar interesses imediatos para poder alcançar alegrias duradouras, não criaremos as oportunidades que alimentam o espírito, e que constituem o ponto de referência moral da vida: o interesse e a atenção àqueles que convivem conosco.
Atente o caro leitor que, novamente, se destaca a importância de conhecer o que se passa com o espírito, seus desejos e necessidades, ou seja, realizar o movimento de reflexão interior, e não em preocupação voltada para o exterior.
Interior, entendendo-se como a alimentação e desenvolvimento do espírito; Exterior, para a satisfação dos desejos materiais.
Precisamos aprofundar-nos no real significado da afirmação de Pierre Teilhard de Chardin teólogo e filósofo francês (1881 – 1955):
“Não somos seres humanos passando por uma experiência espiritual, mas somos seres espirituais passando por uma experiência humana”.
Notemos que, como humanos tivéssemos um espírito, ao morrer o corpo físico a experiência espiritual cessaria.
Contudo, sendo o espírito quem ocupa um espaço físico por meio do corpo material, ao morrer esse corpo, a essência ... continua! Daí, a afirmação anterior de que cada um de nós tem um mundo dentro de si.
A seguir, as reflexões do Dr. Inácio Ferreira – livro Dimensões da Mente (LEEPP, 2020):
Mente é vida! A mente é criadora por excelência. Cada espírito vive no universo mental que plasma para si mesmo. Cada criatura está provisoriamente ajustada ao raio de ação que é capaz de desenvolver ou, mais claramente, cada um de nós apenas, pouco a pouco, ultrapassará o horizonte a que já estenda os reflexos que lhe digam respeito.
E se a vida é “a arte do encontro”, por que provocamos tantos desencontros entre as nossas muitas vidas?
Quanto menos nos dispusermos a ouvir nosso espírito, muito maiores serão os ruídos provocados pelo ambiente externo;
Quanto menos viermos a sentir o batimento do coração, maior será a oscilação provocada pelo ambiente externo;
Quanto menos eu me predispuser a enxergar e a fazer brilhar minha realidade interior, só verei as luzes hipnotizadoras do ambiente externo.
Cada um está hoje no ambiente – país, família, trabalho – necessário ao seu desenvolvimento, ao polimento das arestas criadas ao longo das muitas existências. Cada um estará emitindo um grau de vibração compatível com a energia do planeta, e projetando o ambiente futuro na busca de sua real felicidade.
Por enquanto, fiquemos em paz!
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