No livro Fonte Viva, mensagem 58 com o título Discípulos, Emmanuel resume sequência a ser seguida por todos aqueles que buscam a legítima ligação com o Mestre:
Dever e renovação.
Serviço e aprimoramento
Ação e progresso
Responsabilidade e crescimento espiritual
Analisemos tais quesitos.
Mais do que simplesmente perceber, parece-me que todos estamos vivenciando a renovação pela qual a Terra está passando. E, diante disso, qual deve ser nosso dever?
É bastante frequente a lembrança de que necessitamos buscar o aprimoramento de nossas competências. Então, qual deve ser nosso serviço?
O progresso, palavra de ordem incluída na bandeira nacional, é objetivo individual e coletivo a ser alcançado. Para isso, qual tipo de ação devemos provocar?
É comum o alerta que recebemos para expandir a consciência, de modo a conquistar o crescimento espiritual. Diante desse desafio, qual é a nossa responsabilidade?
A Doutrina Espírita ainda é conceito muito recente, embora reforce valores e princípios de há muito divulgados por Jesus. Na codificação feita por Kardec (1804 – 1869), fundamentada no pentateuco do Espiritismo – série das cinco obras básicas da doutrina - foi descerrada a cortina que cobria o enigma da morte, mostrando a continuidade da vida em outras dimensões.
E Chico Xavier (1910 – 2002), o mesmo espírito em outro tempo e corpo, complementou brilhantemente o trabalho inicial, divulgando a aplicação prática da codificação.
Sabemos hoje que a interdependência entre os dois mundos e seus habitantes acontece em todos os momentos e em quaisquer circunstâncias.
No mundo espiritual, que não significa mundo espírita, os fenômenos estão presentes, independentemente de seus habitantes serem ou não espíritas.
Na verdade, o que temos são denominações diferentes para as mesmas manifestações, como, por exemplo, água fluidificada x água benta.
Por trazermos no inconsciente a vivência muito maior da influência religiosa tradicional, com seus dogmas, tradições e milagres, a transição para uma nova realidade não é tão facilmente assimilada. Em outras palavras, vivemos tantas existências como “tementes a Deus” e “pecadores necessitados de correção”, que agora não é tão fácil aceitar que tudo obedece à Lei de Ação e Reação, e não a uma reprovação divina.
Aceitando o princípio fundamental da reencarnação, muito claramente estudada e definida por Kardec, como a oportunidade para se cumprir a Lei, fica mais fácil iniciar o caminho da renovação, principalmente sobre nossos conceitos morais. Esse, talvez, seja nosso dever inicial.
À medida que conseguirmos ir reduzindo vícios tais como vaidade, orgulho e prepotência, começaremos a trilhar o caminho para o aprimoramento. Para isso, a dedicação ao serviço de atendimento ao próximo é tarefa fundamental.
A lei do progresso, a que todos estamos fadados, como conceito de expansão da vida necessita de muita ação, porém sempre voltada ao bem da coletividade.
Aplicando o princípio da reencarnação como real oportunidade para o crescimento espiritual, aceitaremos como responsabilidade pessoal o aproveitamento ao máximo dessa vida atual, dentro dos princípios e valores definidos pelo Cristo.
Em tempos de grandes transformações, como o presente, devemos adaptar-nos aos novos conceitos,aprender novas técnicas e exercitá-las, e desenvolver novos padrões de comportamento.
Em quaisquer campos da atividade humana, não nos parece mais possível serem repetidos os mesmos procedimentos a que nossos antepassados estiveram submetidos.
E à medida que somos beneficiados pelos avanços da ciência, com tantas modificações introduzidas no dia a dia, é imprescindível a manutenção do equilíbrio pessoal, sabendo dosar pressões advindas do mundo exterior com percepções internalizadas.
Em outras palavras, vivendo em um mundo onde matéria é energia e energia é matéria, com tantos avanços para a vida material, como manter-se a energia vital de modo a evitar indesejada “queda de tensão”?
Como se precaver de modo que esse eventual desequilíbrio não acabe desencadeando doenças em série, tanto físicas como emocionais?
Em resumo, providenciar a renovação dos pensamentos e o aprimoramento das relações pessoais, e encarar o progresso como etapa inevitável e fundamental para o caminho do crescimento espiritual.
Afinal, essas aquisições poderão levar-nos à verdadeira comunhão com o Divino Mestre.