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  • Writer's pictureNivaldo C Oliveira Jr

CUIDADOS




A cada dia basta o seu cuidado, conforme nos diz o profeta Mateus (6:34), ou seja, que cada dia receba a atenção para com suas próprias preocupações.


Então, por que ficamos tão ansiosos e por que não procuramos só fixar os compromissos de cada momento?


Por que revolver antigas lembranças, que já deveriam ter sido devidamente entendidas e esquecidas?


Por que gastar tempo e energia em prospectar sobre o futuro, temendo por resultados incertos que podem ou não acontecer [que provavelmente nunca acontecerão]?

Por que ficar pendularmente balançando entre o passado e o futuro, se o foco de nossas atenções deva ser o presente?


Gasta-se muito mais tempo e energia a recordar-se do ontem, que já teve sua importância, e a projetar o amanhã, que será sempre uma incógnita, do que em viver o hoje, que nos exige toda a atenção.

Não estou com isso afirmando que o passado não tenha sua importância, o que, aliás, seria incongruência até doutrinária, pois afinal é por conta dele que estamos em processo de reconstrução. Tampouco estou desdenhando o planejamento que se deva fazer em relação aos dias do amanhã.


É que somos alertados constantemente pelos amigos espirituais de que gastamos um tempo excessivo (95%) colocando nossa mente em ação entre os dois extremos, porém muito pouco (5%) naquilo que efetivamente agirá no processo de nossa renovação. Agimos cotidianamente de forma autônoma e repetitiva, no chamado “piloto automático”, ficando como que anestesiados sem nos permitirmos um olhar à nossa volta, a percepção dos sons ambientes ou um envolvimento pelas vibrações de um novo dia.



Você já se abraçou, hoje? Você já sentiu seu batimento cardíaco? Você já saboreou um café, buscando vivenciar esse momento de prazer, sem estar com o pensamento ... longe?

Então, por que nos deixamos envolver por esse verdadeiro redemoinho existencial, que só provoca desajustes emocionais e que a farmacêutica humana não tem como resolver?


A antiga placa de trânsito, de que você certamente se lembrará, dizia: Pare, Olhe, Escute.

  • Pare: Realmente não se mova, aquiete-se, aconchegue-se em seu espaço;

  • Olhe: Sim, olhe-se, busque dentro de você a sua criança interior;

  • Escute: Será que você consegue? Você tem ouvidos para escutar o que você tem a dizer a você mesmo?

Como é difícil esse exercício! Como sistematicamente buscamos ajuda externa – na ânsia por novos métodos, outros gurus, vasta medicação - apesar de dispormos em nós mesmos da própria solução!


Não digo com isso, alerto novamente, que se deva recusar ajuda profissional, ou mesmo o uso de medicação como reforço. Mas chamo antes a atenção, sim, de que a busca dessa reflexão pessoal e interior poderá oferecer a oportunidade para a sempre lembrada reforma íntima.


Reservar diariamente alguns momentos de isolamento, para ficar a sós, você com seus pensamentos, sentimentos e emoções. Ousar mudar, por pouco que seja, a sua rotina operacional. Permitir-se divagar, ouvir sua voz interior, deixar-se levar pelo que de mais íntimo puder vir à tona.


E, quem sabe, registrar em um caderno os pensamentos que vierem e as imagens que se projetarem, por mais desconexas que aparentem ser no momento.


Como humanidade, fomos todos envolvidos por efeito externo violento e arrebatador, a pandemia decorrente da covid-19, obrigando que medidas severas fossem tomadas, com restrições aos relacionamentos, saúde e trabalho. Sem dúvida que o fenômeno provocou perdas significativas em todos os campos da atividade humana.

Mas será que essa impossibilidade de locomoção e de envolvimento social, conjugada à necessidade de cuidados adicionais para com a saúde, não oferecem alternativa bastante interessante para o autoconhecimento? Esse isolamento social, que tantas tensões provoca, não poderia ser revertido em oportunidade para que cada um se reavaliasse? Uma vez estando menos expostos ao mundo exterior, será que não é o momento de invertermos o percentual de atenção no binômio ontem/amanhã e centrar no hoje, aqui e agora?



Então ... relaxe. Permita-se simplesmente estar. Saboreie, com todos os seus sentidos, um livro, a música, seu café, o silêncio ou, simplesmente ... você!


Pense nisso!

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