Ouça à locução do texto no Box ao lado.
Mensagem sempre serena e elevada do Dr. Bezerra de Menezes nos diz que, por maior que sejam nossas dificuldades, em qualquer situação devemos “abençoar e auxiliar, sempre”.
Se a discórdia, a incompreensão ou a maledicência estiver em nosso caminho, continuemos abençoando e auxiliando, pois assim contaremos em toda parte com o auxílio e a bênção de Deus.
É certo que, para muitos, essa sugestão de comportamento não é facilmente incorporada. Em geral, diante de uma situação que nos agrida, tirando-nos do equilíbrio, sentimos a necessidade de reagir na mesma proporção com que nos consideremos atingidos. Ao receber determinada agressão, física ou mesmo verbal, de imediato buscamos a devolução da ofensa. “Não tenho sangue de barata” ou “Ainda não ganhei asas de anjo” são desculpas que tentam justificar a indevida reação.
Não compreendemos que cada um está em determinado nível de evolução, portanto em vibração bem específica de energia. A antiga maneira de exigir uma reparação diante das agressões nos relacionamentos pessoais, a bíblica ideia do “olho por olho”, continua agindo com muita força dentro de nós.
Mas hoje já temos noção, como iniciantes no estudo da espiritualidade, sobre a necessidade de aproveitar esta ocasião a fim de desfazer antigas discórdias e procurar, na expansão do amor, o caminho para um novo tempo.
Afinal, por que esse impulso de reagir diante de qualquer situação de desconforto?
Por que essa necessidade de manifestar-se em contraponto a quem nos provocou?
Sabemos que ao recusar uma ofensa, isto é, ao evitar uma reação negativa em resposta a uma agressão, toda a carga de virulência retornará ao ofensor.
Se não revidarmos, não entraremos no padrão negativo da energia emitida.
Sim, tais atitudes são motivadas pelo ego que ainda temos latente, uma presença marcante de poderoso bloqueador para o crescimento interior. É ele que impulsiona a imediata reação defensiva. É a ele que devemos domesticar.
Será trabalho permanente que exigirá, como em qualquer confronto reparador, muita determinação. Iniciá-lo implica em aceitar que esse comportamento já não é hoje o mais adequado para o tipo de vida que se deseja levar.
E esse trabalho de domesticação do ego, de não deixar que nossa “porção animal” se sobreponha, irá requerer muita reflexão e humildade, por se acreditar que a verdadeira vida não se restringe apenas a esta dimensão material.
Quanto mais incorporarmos a certeza de que somos seres imortais, que a morte do corpo físico não interrompe a vida nas outras dimensões do Universo, entenderemos a relatividade das cousas
Se esta oportunidade de vida, em um planeta que é ao mesmo tempo escola e hospital, for devidamente aproveitada, então é provável que alguns de nossos vícios morais estarão se não eliminados, o que seria muita pretensão, pelo menos bastante aplacados.
E notemos que a mensagem “abençoar e auxiliar sempre”, muito mais do que ação para efeito externo, ou seja, de uma pessoa em relação a outra é, na essência, uma atitude proativa de natureza interior. É alerta e reforço para a modificação pessoal a ser executada com bastante coragem.
Abençoa: a todo e qualquer problema que nos atinja, pois isso, além de oportunidade de aprendizado, será um exercício extremamente prático;
Auxilia: por entender que esse exercício propiciará o desenvolvimento de seus valores mais nobres, ainda que adormecidos;
Sempre: porque a busca do entendimento é trabalho permanente, uma vez que a imortalidade do espírito nos elevará a dimensões sempre mais evoluídas.
A palavra Coragem é outra que merece entendimento e reflexão.
Normalmente ela está associada à capacidade de enfrentamento de adversidades e desafios da vida, ou seja, novamente a ideia de resistência diante de ações que vêm de fora para dentro.
Claro, não está errado esse entendimento, mas o de que normalmente não nos damos conta é o efeito, por sinal muito maior e mais intenso, das ações em sentido oposto: de dentro para fora.
Sim, ter coragem para o enfrentamento dos nossos medos, que estão guardados a muitas chaves no sótão do inconsciente.
Coragem na busca do autoconhecimento, que passa pela identificação dos traumas que temos, até seu devido tratamento.
Ou seja, é como se cada um de nós estivesse revestido internamente de várias armaduras, e à medida que vamos trabalhando nossas imperfeições - vícios físicos e morais, através da reforma íntima – vamos nos desfazendo de seu peso; quanto mais leves ficarmos, melhores serão as condições para alcançar novos e mais elevados planos.
Abençoa e auxilia, também a você mesmo, sempre!