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  • Writer's pictureNivaldo C Oliveira Jr

ainda somos crianças




Este título talvez surpreenda você, pois afinal já não estamos exatamente na infância de nossa existência.


Será? Será mesmo que, ao nos avaliarmos espiritualmente, já atingimos a maturidade, ou, quem sabe, ou, quem sabe, pelo menos a fase pré-adolescente?


Se você já teve oportunidade de ler o Evangelho Segundo o Espiritismo, de Allan Kardec, que no capítulo VIII trata do tema “Bem- Aventurados os Puros de Coração”, poderá lembrar que o início vem com a mensagem “Deixai Vir a Mim os Pequeninos”.


Essa mensagem nos recorda que a pureza de coração é inseparável da simplicidade e da humildade. E, aí, associa a infância como símbolo dessa pureza.

Mas, pelo princípio da reencarnação, base para o entendimento da Doutrina Espírita, o corpo de uma criança, hoje carente de cuidados e atenção, seguramente acolhe um espírito muito antigo. Poderíamos ter até uma contradição: afinal que pureza teria um espírito já experiente devido às muitas existências, a ponto de representar a simplicidade e a humildade?


Convém reforçar que Jesus não diz de maneira absoluta que o Reino de Deus é para elas, as crianças, mas, para aqueles que se assemelham a elas. É por isso que reconhecemos a criança em toda a sua inocência e com total esquecimento, como espírito, de suas existências passadas, identificada na plenitude de sua fragilidade e ingenuidade.


Ela terá necessidade de receber todo o apoio emocional de seus pais, buscando criar vínculos de respeito e amor que proporcionem o aproveitamento desta existência no sentido de reatar e reparar eventuais desarmonias do passado.


O esquecimento de suas existências pregressas, portanto, é fundamental ao espírito, caso contrário, muito provavelmente, não teria condições para manter um relacionamento familiar saudável.


Entende-se, portanto, a figura da criança, neste plano material, como exemplo de inocência, e que terá toda uma vida para adquirir conhecimento e vivenciar oportunidades de evolução.


Ampliando esse conceito, considerando a necessidade de vidas sucessivas para que cada um alcance os novos níveis de evolução, como poderíamos nós, os adultos de hoje, ser considerados pelos habitantes de outros espaços?


Apesar de todo o aparato tecnológico de que dispomos e do grande acervo de conhecimento já existente, o que representamos nós, em razão da certeza da vida em todas as dimensões, para os habitantes deste luminoso Universo em permanente expansão?

Olho para a criança em meus braços, talvez o filho ou neto infante, e projeto, sim, votos para que tenha pleno crescimento, e seja feliz em sua vida; através da oração, peço que seja sempre protegida. Mas ... e nossos irmãos de outras galáxias, no campo exterior da Terra, como é que nos veem, nos acolhem e imaginam nosso futuro?


Certamente em relação ao processo de evolução para se alcançar novos mundos, vivenciando as muitas moradas a caminho da casa do Pai, somos ainda bem pequenos, crianças mesmo. Porém, crianças em relação às dimensões maiores e, como adultos neste mundo material, somos ainda menos representativos da pureza e inocência a que Jesus se referiu.


E é certamente visando a transformação de nosso comportamento tão individualista, de nossos sentimentos pouco generosos e quase sempre egoístas ao extremo, é que estamos sendo submetidos à prova.


No campo da espiritualidade, no entendimento de que como filhos de Deus somos, portanto, todos irmãos, tendo por necessidade a cooperação coletiva e o acolhimento incondicional, permanecemos bem distantes.


Seguimos comportando-nos como crianças, totalmente indefesas, necessitadas de orientação e disciplina. Não entendemos o efeito da Lei de Ação e Reação. Não aceitamos que só iremos colher aquilo que tivermos plantado. Continuamos repetindo antigos e destrutivos hábitos, mas evitando reparar as faltas do passado, tão negativas para o necessário crescimento moral.


Contudo, mesmo diante dessas crianças, mimadas e rebeldes que vivenciam mais uma existência na Terra, é que a bondade do Pai e a sua permanente paciência e tolerância nos trazem o exemplo em que devemos nos espelhar.


Somos crianças, acolhidas e sempre protegidas, mas a caminho da responsabilidade esperada de um adulto.

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